Relatório revela que famílias atingidas foram realocadas para local onde não podem plantar nem pescar
18/05/2011
Jorge Américo,
De São Paulo, da Radioagência NP
Centenas de crianças estão fora da sala de aula, a qualidade de vida das comunidades piorou e houve aumento expressivo nos índices de violência. Esta é a realidade no entorno da área onde é construída a usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia. Um relatório elaborado pela Plataforma Dhesca revela que as famílias atingidas foram realocadas para uma área onde não podem plantar nem pescar.
O relatório prevê a repetição desses problemas em Belo Monte, em escala ainda maior, porque o Pará não tem infraestrutura para receber os trabalhadores que serão atraídos pela obra. Em Jirau, 21 mil trabalhadores dividiam alojamentos e sofriam com viroses, jornadas excessivas e outras condições de trabalho inadequadas.
A coleta de dados se deu no mês de abril deste ano, após uma série de protestos e ações dos operários, que incendiaram 54 ônibus e 70% dos alojamentos. Na ocasião, a Força Nacional de Segurança foi acionada para controlar a revolta. Apenas um grupo de trabalhadores retornou ao canteiro de obras, depois de inúmeras negociações entre construtoras e centrais sindicais.
No mês de março, 80 mil trabalhadores de diferentes obras estavam em greve devido a condições de trabalho ruins. Somente nas duas usinas do Rio Madeira – Jirau e Santo Antonio – o Ministério do Trabalho fez duas mil autuações por violações à legislação trabalhista.
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