terça-feira, 31 de maio de 2011

Complexo de pequenez

Publicado hoje, 29/05/11, no Jornal  A Tarde de Salvador
                                                                                              Paulo Ormindo de Azevedo
Participei no ultimo dia 5 do Seminário Mobilidade em Debate: fluxos, deslocamentos e alternativas para o sistema de transporte público na R.M.S. promovido pela Dep, Maria del Carmem. Fiquei surpreso com a participação popular e a ausência das elites. Para resumir, a sociedade pode perder o trem da mobilidade, porque um grupo de empresários já definiu a solução a seu favor. Não temos planejamento público, senão “anti projetos” privados, todos imediatistas e ultrapassados, baseados no diesel, no pneu e minhocões.
Juca Kfouri em artigos de 4/2/07 e 11/06/09 na Folha de São Paulo afirma que só a partir da Copa do Japão/Coréia do Sul, em 2002, a FIFA passou a exigir a construção de arenas, em grande parte porque esses países e a África do Sul não possuíam estádios em condições. A Alemanha aproveitou 2006 para demonstrar e vender sua alta tecnologia em coberturas de estádios. A partir desse momento, a FIFA passa a capitanear um complexo industrial-esportivo com a Hyundai-Kia, produtora de trens velozes, metrôs e quarta fabricante mundial de carros, Sony, Continental, Adidas, Coca Cola, Budweiser e Mac Donald.
Se as nossas cidades são carentes de infra-estrutura, não se pode dizer o mesmo do futebol. Somos uma potencia mundial, com um rei, o único penta-campeonato e a maior rede de estádios do mundo. Com pequenas obras, nossos estádios poderiam agasalhar a Copa de 2014, sendo destinado o grosso dos investimentos para e tempo à melhoria da infra-estrutura de nossas cidades. O que estamos assistindo na TV é o contrario, a implosão de estádios novos para a construção de arenas bilionárias, elitistas e excludentes, com camarotes, restaurantes e salões VIPs. Algumas serão elefantes brancos em cidades cujas torcidas não passam de 3000 pessoas. Isto quando se está, em todo o mundo, reciclando antigas fabricas para novas funções.
Fiquei também surpreso com alguns expositores que saudaram a FIFA como benemérita por exigir transporte de massa para nossas cidades. Não sejamos ingênuos. A FIFA não está interessada na qualidade de vida, nem a segurança de seus torcedores, senão no sucesso do evento. Prova disto é o fato de não exigir nada que se refira à questão sanitária e à segurança publica. Nossas urbes são cortadas por rios contaminados, focos de dengue e leptospirose, rios que as paralisam quando chove. Temos ainda seqüestradores, assaltantes de ônibus e torcidas armadas. Muito pouco foi pedido a este respeito e está sendo feito.
Não se conhece, por outro lado, ação da FIFA em favor do esporte amador, da educação esportiva, da repressão á violência nos estádios, à corrupção e à lavagem de dinheiro pela máfia russa. Ela está interessada, sim, nos direitos de transmissão da TV, nos negócios associados e patrocínios bilionários. Como conseqüência, incentiva a venda de equipamentos de alta tecnologia, como TVGs, metrôs, centrais de comunicações, equipamentos para aeroportos e arenas.
No momento que as instituições internacionais, como a ONU, FMI e BIRD, têm cada vez menos força, é estranha a subserviência de nossas autoridades à entidade mais mercantilista do sistema. A isto se soma a falta total de planejamento e controle. Coincidentemente a FIFA é uma associação helvético-brasileira. Sim, porque Havelange reinou nela durante 24 anos e sua família ainda controla grande parte dos negócios da FIFA e de sua afiliada CBF. O atual presidente da FIFA, Blatter, seu sucessor, é sua cria. Foi designado por ele Diretor Técnico em 1975, promovido a Secretário Geral em 1961, indicado Presidente em 1998.
Metade das arenas brasileiras foi projetada por escritórios alemães e cerca de oito tem coberturas da mesma origem e deverão ser geridas por consórcios binacionais. Como contrapartida, as obras das arenas foram dadas para as quatro irmãs nacionais. Oito dessas obras têm problemas no TCU e três são insustentáveis. Chega-se ao ridículo de aceitar a destruição das arquibancadas do maior estádio do mundo, monumento nacional, e retirada de sua marquise, recorde da engenharia nacional, para colocar em seu lugar uma tela, que só irá produzir mormaço. Onde está o IPHAN e o orgulho nacional?

Despejo em prédios do projeto Minha Casa, Minha Vida deixa dezenas de famílias na rua

Na semana passada, policiais federais, civis e militares participaram de uma ação de despejo em três condomínios do projeto Minha Casa, Minha Vida, em Campo Grande. Segundo a secretaria de habitação, os moradores invadiram os apartamentos. Entretanto, de acordo com outras pessoas que moram no local, os imóveis estavam abandonados, já que poucas famílias aceitam as moradias pequenas e isoladas do Centro da cidade. Contudo, os imóveis serviam de abrigo a dezenas de famílias que viviam nas ruas por diferentes motivos. Mesmo assim, não houve diálogo com os gerenciamentos de turno que mobilizaram um aparato de guerra para expulsar as famílias. Já o monopólio da imprensa, criminalizou o movimento insinuando que grupos paramilitares teriam comandado as invasões.

No segundo dia de despejos, nossa equipe também esteve no local e flagrou dezenas de famílias abandonadas na rua com seus móveis sem ter para onde ir. Segundo os moradores com situação regularizada, a prefeitura e a Caixa Econômica Federal proibem a venda ou o aluguel das moradias obrigando dezenas de famílias a viverem confinadas em uma região 60 quilômetros afastada do Centro da cidade. 


Moção aprovada pela Assembléia Geral da ANPUR (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional), realizada no Rio de Janeiro, 27 de maio de 2011

Reunidos no XIV Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional, no Rio de Janeiro, de 23 a 27 de maio de 2011, professores, pesquisadores, profissionais e estudantes que se consagram ao ensino e pesquisa em planejamento e no campo dos estudos urbanos e regionais, vêm manifestar às autoridades governamentais federal, estaduais e municipais sua enorme preocupação com políticas, planos e projetos que, a pretexto da realização da Copa do Mundo 2014 e das Olimpíadas 2016, vêm violando abertamente direitos humanos consagrados pela constituição e pela legislação urbana, em primeiro lugar o direito à moradia.


Evocando tempos sombrios da ditadura militar, as remoções violentas de comunidades populares e a periferização forçada das camadas mais pobres voltam à agenda urbana. Leis e normas de exceção, renúncias fiscais e isenções urbanísticas promovem a aparência de legalidade que pretende legitimar a política de limpeza étnica e social que aprofunda, e mesmo celebra, a segregação social em nossas cidades. Bilhões de reais são consagrados à construção de equipamentos esportivos que se transformarão em elefantes brancos, monumentos à irresponsabilidade social e à corrupção. Enquanto isso, mais de 40% de nossa população urbana não têm acesso a saneamento básico, a educação pública se degrada, o atendimento à saúde se deteriora, serviços públicos essenciais carecem de recursos mínimos.

Neste momento grave para nossas grandes cidades, em particular aquelas que sediarão a Copa e as Olimpíadas, quando as autoridades declaram seu compromisso com o legado social dos mega-eventos esportivos, instamos estas autoridades a abrirem um amplo e democrático debate sobre a utilização dos recursos públicos e a suspenderem as remoções de bairros e comunidades populares.

Rio de Janeiro, 27 de maio de 2011

Atenção para as áreas de risco

Departamento Municipal de Habitação (Demhab) quer transferir 4,5 mil famílias de encostas de morro e margens de arroios


Porto Alegre tem cerca de 4,5 mil famílias vivendo em áreas de risco. A informação é do Departamento Municipal de Habitação (Demhab). Cerca de 80 áreas na cidade são monitoradas de forma prioritária. Entre os locais de maior risco, estão as encostas de morros e áreas próximas a arroios. 

Conforme o diretor do Demhab, Humberto Goulart, o órgão já tem áreas disponíveis para transferir todas as famílias, mas está esperando recursos da segunda fase do Programa Minha Casa/Minha Vida, do governo federal. "Estamos nos preparando para retirar todas as famílias. Só na Restinga, existe um terreno com capacidade para 4 mil famílias", citou. 

Entre os locais considerados mais críticos, está a vila Coqueiros, na zona Norte. "É uma área próxima de um depósito de lixo, com condições sanitárias terríveis. São 125 famílias que serão transferidas para a área na Manoel Elias", disse Goulart.

Desde dezembro passado, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) iniciou um trabalho nas áreas de risco. Segundo o secretário-adjunto da Pasta, André Carús, o objetivo é evitar que locais perigosos voltem a ser habitados. "Temos oito fiscais que monitoram mais de 80 áreas. Além das desocupadas, fazemos um trabalho de levantamento onde ainda existem pessoas morando, para verificar as demandas", explicou Carús. 

O coordenador da Defesa Civil de Porto Alegre, Leo Bulling, ressaltou que, apesar da previsão de chuvas para os próximos dois meses abaixo da média, o órgão mantém a atenção em algumas áreas. "Sabemos que na entrada da primavera sempre ocorrem temporais e procuramos trabalhar áreas mais vulneráveis às enchentes, como as ilhas", apontou Bulling. 


Correio do Povo - 31/05

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Rolling Stone denuncia ataques a moradores de favelas em São Paulo

Incrivelmente desaparecido das pautas da mídia dominante brasileira, o problema das moradias (ou da falta delas) é um dos grandes dramas do planejamento urbano nas principais cidades do país. Volta e meia nos deparamos com reportagens que distorcem a realidade dos moradores de vilas e favelas, ou mesmo dos que tem o céu como único teto. Porém, o silêncio é a regra.
Mas temos também exemplos de como o jornalismo pode trabalhar sem virar as costas ao povo e ao desenvolvimento das cidades em sua relação com a maioria da população. Aqui no Jornalismo B já comentamos, por exemplo, uma boa matéria da Carta Capital sobre os problemas de moradia enfrentados por milhares de brasileiros. Há bons exemplos vindos também doexterior para retratar a realidade do país. E, na mais recente edição da revista Rolling Stone, mais um caso de ótima reportagem mostrando uma realidade que os interesses de importantes setores da mídia impedem que venha à tona com mais força.
Ocupando cinco páginas da revista, a reportagem “Arquitetura da destruição” foi brilhantemente apurada e também brilhantemente escrita por Ana Aranha e Mauricio Monteiro Filho, e complementada por uma bela ilustração de Indio San (reproduzida acima). A matéria faz o caminho inverso do comum jornalismo preguiçoso: parte das falas das “pessoas comuns” para chegar, depois, às autoridades responsáveis pelos problemas.
O retrato mostra abusos do governo contra moradores de favelas de São Paulo, fortes interesses imobiliários envolvidos nas remoções, humilhações diversas aos moradores, falta de apoio do Estado aos removidos, incêndios no mínimo suspeitos em favelas em processo de remoção, e outras ações de total desrespeito e agressão à autonomia das comunidades. Como diz a linha de apoio, “intimidações armadas, desapropriações truculentas e incêndios suspeitos se tornam as ferramentas da desenfreada especulação imobiliária para banir as favelas de São Paulo”. A série de denúncias torna-se uma grande história humana pela forma como é abordada, conferindo aos moradores o protagonismo, e pelo texto limpo, inteligente e sensível dos repórteres, texto que começa lembrando Adoniran Barbosa, sua linguagem popular e sua “saudosa maloca”. Grande sacada.
O foco da matéria da Rolling Stone é São Paulo, mas denuncia práticas que sempre foram normais em todos os grandes centros urbanos brasileiros e têm se agravado com a proximidade da Copa do Mundo e o boom imobiliário: a expulsão dos pobres em direção às periferias, o desrespeito às suas vontades e a entrega da pobreza ao total abandono. O silêncio costumeiro da velha mídia não quer dizer que essas pessoas não existam.

“Quem vai pagar a conta dos megaeventos é a classe trabalhadora, o povo brasileiro”

Dando início à série de reportagens que irá acompanhar, durante todo o ano de 2011, o andamento e as conseqüências das obras da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, o Contraponto entrevistou o militante do Tribunal Popular, Givanildo Manoel.

Apresentando as discussões do Tribunal sobre o tema, Givanildo explica como os preparativos para os megaeventos têm pautado as políticas públicas do Estado brasileiro e qual a concepção por trás da realização desses eventos, que acabam funcionando como carro chefe de um processo de reestruturação das cidades, para que essas possam atender aos interesses do capital.

Contraponto (CP): Primeiramente, fale um pouco da atuação do Tribunal Popular em relação ao combate as opressões em decorrência dos megaeventos.

Givanildo (Giva): A proposta desse ano do Tribunal Popular é discutir terra e territorialidade, ou seja, a ação do capital no campo e na cidade. No campo, temos as obras do PAC, inseridas nesse processo "neodesenvolvimentista", tanto no que diz respeito à criação de "infra-estrutura" para agricultura, turismo, de forma geral, como essa necessidade do capital em obter recursos naturais. O Tribunal vai discutir o processo de opressão que vem se dando aos povos originários, povos tradicionais, os grupos que estão fazendo a luta pela terra, grupos que estão à margem de rios e mares, como os ribeirinhos e caiçaras, que também têm sido atingidos pelas obras do PAC, nas construções de portos ou de resorts.

E na cidade, com esse processo de reestruturação que se dá a partir da necessidade do capital em circular, o que conceituamos como cidade neoliberal, que tem removido grandes contingentes populacionais e, consequentemente, criminalizado as comunidades em processo de resistência.

Por exemplo, em São Paulo, cai uma suspeita imensa sobre a prefeitura, após mais de 50 incêndios nas favelas da cidade. Um dos últimos incêndios, na favela de Real Parque, ficou escancarada uma ação criminosa, com a conivência do Estado. O corpo de bombeiros chegou muito atrasado, com pouca água e com as mangueiras furadas. Não é possível que quem atue, permanentemente, para debelar incêndios tenha um equipamento com tamanha precariedade.

E o que tem se oferecido para essas famílias é o bolsa-aluguel − que não dura seis meses −, até que essas famílias sejam jogadas na rua ou expulsas da cidade, ou o "Minha Casa, Minha Dívida", que está a serviço do sistema financeiro e estruturado da pior forma possível. O trabalhador tem acesso a casa, através do sistema financeiro, mas enquanto no sistema habitacional antigo o trabalhador tinha a possibilidade, ao não conseguir pagar algumas prestações, de recuperar uma parte do que já pagou, no "Minha Casa, Minha Dívida", se ele não conseguir pagar, não tem nada devolvido. O trabalhador está sem saída, é cada vez mais oprimido.

CP: Como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 estão inseridas nesse jogo?

Giva: Totalmente inseridos. Os megaeventos consagram um projeto de cidade. É quando você tem todas as facilidades. Tem-se o argumento de organização das áreas de mananciais, as áreas de proteção ambiental e tudo mais, mas há uma grande contradição que se apresenta. Você remove a população pobre que está à margem, mas você deixa indústrias, as grandes mansões.

Outra questão é que as cidades passam a ter um alto valor especulativo para o setor imobiliário. As cidades se tornam absurdamente caras e todos os precedentes possíveis são utilizados para que esse setor possa iniciar e efetivar o processo de especulação naquela região. Ou seja, na verdade, você organiza a cidade não a partir do interesse da população, mas a partir do interesse do capital. E o megaevento é o que justifica isso.

Por exemplo, no governo federal, hoje, você tem quatro ou cinco decretos que criam facilidades para que esse tipo de coisa aconteça, para que a cidade possa se reorganizar a partir desses interesses. Instaura-se, na Copa, um Estado de Exceção.

CP: Você concorda, então, que vá se instaurar no Brasil, não só com os preparativos para os megaeventos, esse dito Estado de Exceção?

Giva: Concordo. E, na verdade, é mesmo um pouco mais grave, porque o Estado de Exceção já vem se instaurando. Existe um documento, que o governo federal disponibiliza em seu site, de Garantia de Lei e Ordem. Esse documento tem um precedente muito grave, que é a utilização do aparato de Segurança Nacional de Estado, ou seja, as Forças Armadas, em conflitos urbanos. As Forças Armadas de um país estão organizadas para proteger a nação do inimigo, que é a sua função primeira. Quando você passa a utilizar o aparato de segurança do Estado para atuar em conflitos urbanos é o mesmo que dizer que a população brasileira é inimiga.

Além da nova Lei de Segurança Nacional que o Governo Federal, através da Casa Civil, tem discutido, que classifica os movimentos sociais como terroristas. Ou seja, cada vez se tem uma ação do Estado, muito bem organizada e pensada, para impedir qualquer tipo de questionamento por parte da classe trabalhadora e do povo pobre. Penso que na Copa isso ficará ainda mais escancarado, estando ou não aprovada essa lei, porque o governo brasileiro fez uma série de acordos com a FIFA e o Comitê Olímpico Internacional (COI) que criam vários precedentes.

A questão do imposto, que é um dinheiro que não vai ficar aqui no Brasil e a FIFA vai poder explorar em diversos aspectos da economia; vamos ter a renúncia, do governo brasileiro e dos municípios, dos impostos pagos pelos hotéis; vão se criar pequenos tribunais de exceção no entorno das regiões que vão abrigar os jogos da Copa, onde as pessoas serão sumariamente julgadas, sem direito a todo o devido processo legal. Isso é Estado de Exceção, você não tem direito a defesa, vira uma ditadura.

CP: O IPEA soltou, recentemente, uma nota relatando atrasos nas obras. Qual o impacto desses atrasos para o trabalhador? E quem deverá arcar com isso?

Giva: Nós vamos pagar. Nada justifica, por exemplo, na cidade de São Paulo, que tem um estádio organizado, que tem uma estrutura para receber os jogos da Copa, construir-se um novo estádio que onera duas ou três vezes mais o valor necessário para adequar o Morumbi. Estão escancarados os interesses do capital.

E mais, apesar de a FIFA dizer nos documentos que todo o processo de construção de infra-estrutura, principalmente os estádios, ter que se dar através da iniciativa privada, aqui no Brasil tem sido diferente. O Estado tem feito o grande investimento nas obras da Copa. Alegando necessidade e importância, se faz dispensa de licitações e bilhões são destinados, de outras necessidades imediatas da população, para a construção de infra-estrutura.

CP: Quando se confirmou que o Brasil seria sede dos eventos, a justificativa era que os investimentos proporcionariam a solução de questões estruturais. Você acha que isso será de fato equacionado?

Giva: O grande exemplo disso foram os Jogos Panamericanos, em 2007, quando se falava a mesma coisa. O resultado foi um grande aumento nos índices de extermínio e aprisionamento; a Vila Olímpica hoje não tem serventia nenhuma e a comunidade continua na mesma situação que se encontrava antes ou talvez até pior. É o grande exemplo da concepção que está por trás disso: o megaevento é o grande carro chefe para a transformação das cidades para que elas possam responder aos interesses do capital. E o Estado, que é capitalista e está a serviço dos interesses econômicos, nesses momentos se porta da forma mais opressora possível, para realizar e atender essa necessidade do capital.

Do ponto de vista de promoção humana, de garantia de desenvolvimento econômico, não se tem nada. A África, que recebeu a última Copa, se encontra com a população de diversas cidades segregada e o impacto econômico foi zero, afinal, quando se abre mão dos impostos, de taxar a circulação desse capital, você abre mão de tudo e não te sobra nada. O que fica para o país são as dívidas, que te obrigam a deslocar recursos de áreas importantes do desenvolvimento para que o capital possa explorar ainda mais.

CP: Você acredita que a realização de um megaevento implica, necessariamente, em um planejamento urbano voltado pra ele? Não é possível conciliar um planejamento segundo as necessidades da população, aliado a estrutura necessária para os jogos?

Giva: O primeiro princípio do capitalismo é a exploração. O capitalismo se organiza a partir da exploração do ser humano e de uma classe específica, que é a trabalhadora. Então, não existe possibilidade, principalmente como o capitalismo tem se organizado no Brasil. O Estado brasileiro cada vez mais se organiza a partir dos interesses do capital, seja do ponto de vista econômico, da organização das políticas públicas ou da opressão, que é o mais grave nesse último período e no próximo. Não sobra absolutamente nada para a população. O país provavelmente se endividará nesse período de Copa e de Olimpíadas e quem vai pagar a conta, efetivamente, é a classe trabalhadora, é o povo brasileiro.

Não tem, racionalmente, como verificar nenhum avanço. Se você tentar fazer um exercício de quantas remoções poderão acontecer, você fica abismado. Se removerem as 160, 200 mil pessoas do Jardim Pantanal, as também 80, 100 mil pessoas de Paraisópolis, as comunidades do fundão da Zona Sul, do entorno de Itaquera, já se contradiz aquilo que o Estado e a FIFA dizem sobre "resolver os problemas do país". E estou pegando o exemplo de São Paulo porque sou daqui, mas os exemplos estão no país inteiro. Existem Comitês discutindo a Copa em todas as capitais.

Sem falar em um aumento de custo de vida absurdo. Basta observar o aumento do preço das passagens de ônibus. Não é à toa que todas as capitais tiveram aumento acima da inflação. Visa-se impedir a circulação do trabalhador e preparar o país para a chegada dos megaeventos.

CP: Afinal, todo o capital investido precisa de uma contrapartida...

Giva: Exatamente, e aqui a contrapartida é muito maior e mais escancarada. O capital investido tem risco zero, afinal é um capital financiado pelo Estado. Se ganhar, ganhou muito e se perder, também ganhou. Não tem risco para o capital aqui no Brasil.

CP: Qual você acha que seria o caminho para a população brasileira se inserir de fato nesse processo das políticas públicas para a Copa e das Olimpíadas?

Giva: Ou a classe trabalhadora percebe que esse é o momento mais grave de opressão do capital – pois, hoje, parece que não se tem inimigo algum a confrontar − ou vamos continuar pagando um preço altíssimo pela ação do capital e do Estado que a elite montou para atender aos seus interesses.

A única possibilidade nesse momento é a resistência, o enfrentamento direto à opressão que tem ocorrido. O Tribunal Popular tem dado uma pequena contribuição nesse processo para entender a importância do debate de quem está sofrendo a opressão no campo e na cidade. É preciso que a classe trabalhadora, ou parte dela, ao menos consiga se entender e se reconhecer como classe, como classe oprimida, para então formar alianças e realizar o enfrentamento. Caso não haja resistência, teremos muitos trabalhadores tombando ou sendo presos. Para esse período e o próximo, é resistir, resistir e resistir.

Por Thiago Cara, Laís Lima e Camilla Dourado, do Contraponto, publicação mensal do curso de Jornalismo da PUC-SP.

Sem teto ocupam prédios na região central de São Paulo

Cerca de duas mil pessoas, organizadas pela União dos Movimentos de Moradia, ocuparam dois prédios na madrugada desta quinta-feira, 19, em São Paulo. As ocupações fazem parte de uma mobilização nacional para pressionar o governo federal por políticas públicas na área de habitação.

Seminário Estadual sobre PEHIS

Estado do RS, no está elaborando seu Plano Estadual de Habitação de Interesse Social (PEHIS), o qual encontra-se na etapa de diagnóstico.

Seminário do PEHIS em Porto Alegre:

DATA: 24 de maio 2011

HORA: 09h

LOCAL: Auditório Dante Barone - Assembléia Legislativa

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO
Organização: Secretaria Estadual de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano
Evento: Seminário do Plano Estadual de Habitação de Interesse Social (PEHIS)

Data: 24 de maio de 2011
Horário: Manhã e tarde
Local: Teatro Dante Barone – Assembléia Legislativa do RS - Porto Alegre/RS

Programação:

8h às 9h – Credenciamento
9h – Mesa de abertura
9h30 – Apresentação DO PEHIS pela Secretaria de Habitação do Estado do RS
9h50 – Painel do Ministério das Cidades – O papel do PEHIS no Sistema Nacional de Habitação – CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE O SNHIS E PLANHAB: PLANO ESTADUAL, SITUAÇÃO DOS MUNICIPIOS: OPORTUNIDADES E DESAFIOS – Dr. Renata Rocha Gonçalves
11h – O papel do Conselho Estadual das Cidades no PEHIS – Representante do conselho Sr. Beto Aguiar.
12h – Almoço
14h00 – Apresentação da Metodologia e Pré-diagnóstico do PHEIS do Rio Grande do Sul – Técnicos da LATUS CONSULTORIA
14h45 – FORMAÇÃO DE GRUPOS DE TRABALHO – GT ( SALAS ANEXAS )
16h00 – RELATO DOS TRABALHOS DOS GTs
17h00 - DEBATES E APROVAÇÃO DO RELATÓRIO FINAL
18H00 - ENCERRAMENTO

Confira a programação das reuniões no interior do Estado.


Decreto que reconhece direito à moradia de famílias ocupantes Morro Santa Teresa

DECRETO Nº 48.029, de 17 de maio de 2011.

Dispõe sobre o reconhecimento do Direito Fundamental Social à Moradia de famílias ocupantes de próprio estadual, área da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo – FASE –, no Município de Porto Alegre, integra estas ocupações ao Programa de Regularização Fundiária de Interesse Social em execução pela Secretaria Estadual de Habitação e Saneamento, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 82, inciso V, da Constituição do Estado, e de conformidade com o art. 6º da Constituição Federal,

D E C R E T A:

Art. 1º Fica reconhecido o direito fundamental social à moradia de famílias ocupantes de próprio estadual, imóvel da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo – FASE –, situada no Morro Santa Teresa, em que se encontram as Vilas Gaúcha, Ecológica, União Santa Tereza, Prisma e Área Funcional da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo – Vila Padre Cacique –, e demais ocupações consolidadas, utilizadas para fins de moradia.

§ 1º As áreas ocupadas mencionadas no "caput" deste artigo passam a integrar o Programa de Regularização Fundiária, em execução pela Secretaria de Habitação e Saneamento, em observância ao princípio fundamental social à moradia.

§ 2º Incumbe à Secretaria de Habitação e Saneamento, em parceria com o Município de Porto Alegre, realizar os atos necessários com vista à regularização dessas ocupações.

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 17 de maio de 2011.

TARSO GENRO,
Governador do Estado.

Registre-se e publique-se.

CARLOS PESTANA NETO,
Secretário Chefe da Casa Civil.

Seminário: “A Justiça de Transição e a militância em defesa dos Direitos Humanos”

ACESSO - Cidadania e Direitos Humanos, ONG que atua há mais de 15 anos na defesa dos direitos humanos, com sede nesta Capital, em parceria com a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, através do Projeto Marcas da Memória, tem a honra de convidar Vossa Senhoria para participar do Seminário intitulado “A Justiça de Transição e a militância em defesa dos Direitos Humanos”.

DATA: 28 de maio de 2011
HORA: Início - 13:00 horas
LOCAL: Auditório do Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB

Rua General Canabarro, nº 363. Bairro Centro, em Porto Alegre/RS

CONFIRMAÇÃO DE PRESENÇA: (51)3028-8058 ou pelo e-mail acessocidadaniadh@gmail.com.

Jacques Távora Alfonsin,
Coordenador-Geral.
ACESSO - Cidadania e Direitos Humanos.


Irregularidades seguem acontecendo na Vila Chocolatão.






















O Código Florestal na agenda da Reforma Urbana

O conjunto de alterações propostas pelo deputado Aldo Rebelo para o Código Florestal Brasileiro vem sendo amplamente debatido por diversos segmentos do governo e da sociedade civil desde seu primeiro parecer, apresentado em junho de 2010. Após encontrar grande resistência, a versão original do PL n. 1876/99 sofreu mudanças, enxertos e reformulações, desembocando no atual projeto que, a despeito de algumas poucas concessões, mantém essencialmente as mesmas diretrizes e concepções de fundo, problematizadas em reiteradas críticas de pesquisadores, entidades e movimentos sociais em âmbito nacional.
Nesse contexto, contudo, pouco relevo tem assumido até o momento a perspectiva urbana na avaliação das conseqüências de tais alterações legislativas. Esse déficit é reflexo, sobretudo, das limitações inerentes à própria proposta, que, fruto de uma estratégia vinculada ao agronegócio, subestima a dimensão de seus impactos nas cidades brasileiras. Resumir, por exemplo, o problema a um Código “Florestal” já denuncia a ausência de uma perspectiva sobre as especificidades do meio-ambiente urbano.
Além das deficiências apontadas, três grandes críticas de fundo podem ser levantadas contra o quadro geral em que se insere a presente proposta de alteração do Código:
a) sua relação com um modelo econômico fortemente desenvolvimentista, calcado em grandes projetos de infra-estrutura responsáveis pela constituição de núcleos urbanos frágeis e desestruturados e pela violação de Direitos Humanos;
b) seu esforço de flexibilização das restrições ambientais, aliado à ausência de políticas sócio-ambientais efetivas, o que resulta no fomento à expansão indiscriminada do latifúndio monocultor e tende a promover novos fluxos migratórios geradores de inchaço urbano e de passivos sociais, especialmente em cidades de médio porte situadas junto às áreas de avanço da fronteira agrícola;
c) sua complacência para com os processos de mercantilização da natureza e de apropriação privada de recursos naturais básicos, tais como a água, já escassos em inúmeros centros urbanos no país e que afetam direta ou indiretamente a qualidade de vida nas cidades e seu entorno.
O Fórum Nacional de Reforma Urbana avalia, ainda, a existência de aspectos específicos extremamente problemáticos nas mudanças em questão, considerados como retrocessos em relação à legislação hoje em vigor:
a) no que tange ao Direito à Moradia Adequada, a proposta pouco avança para a garantia de habitação para população de baixa renda com relação às conquistas já alcançadas por meio da Lei n. 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) e da Lei n. 11.977/2009. Embora a pauta seja de extrema importância, sua regulamentação surge de maneira problemática: o projeto estabelece diversos requisitos para a regularização fundiária de interesse social em ocupações urbanas consolidadas. Desproporcionalmente, não faz as mesmas exigências para a destinação de áreas de proteção a projetos de outra natureza, em casos que denomina “de interesse específico”, deixando claro que serão justamente as comunidades mais marginalizadas a sustentar a maior parte do ônus da conservação, sem usufruir de seus resultados;
b) com respeito às chamadas Áreas de Preservação Permanente (APPs), tais como as margens de rios e os topos de morro, a proposta de alteração do Código Florestal desconsidera completamente a realidade das cidades brasileiras e não fornece mecanismos para lidar com as configurações já consolidadas de uma urbanização espontânea e não-planejada que, historicamente destinou as parcelas do espaço ambientalmente vulneráveis à ocupação popular. A proteção do direito difuso ao meio-ambiente não pode significar o desencadeamento de despejos e remoções forçadas desses sujeitos, em oposição ao que o FNRU defende o componente fundamental da função social e sócio-ambiental da terra urbana, que não isenta o Estado de atuar em áreas de risco, mas que permite o acesso à terra e à moradia por todos;
c) aspecto igualmente invisibilizado na atual proposta é o das áreas de transição urbano-rurais, as quais representam parte importante do território nacional, caracterizando por vezes municípios inteiros semi-urbanos ou peri-urbanos. A proposta prevê apenas regimes jurídicos distintos aplicáveis ás zonas urbanas e rurais. Em face, porém, de outros projetos de lei já em trâmite no Parlamento brasileiro, em especial relativos aos critérios de definição dessas fronteiras, torna-se confusa essa matéria, permitindo inclusive que os municípios modifiquem arbitrariamente seu perímetro com vistas a burlar as exigências legais para áreas rurais;
d) por fim, é preciso avaliar com grande cautela as alterações de competências previstas neste projeto. A estadualização do Código Florestal, ao lado da municipalização de determinas atribuições ambientais, se por um lado representa uma descentralização do poder, no fundo implica na fragilização da legislação protetiva, na medida em que os diferentes entes federativos estão expostos à pressão de fortes interesses econômicos locais. É necessário considerar, também, as debilidades já identificadas dos próprios Planos Diretores para incorporar esses novos aspectos, tanto na dimensão de sua elaboração quanto de sua implementação e efetivação nos Municípios.
A necessidade de construção de uma agenda socioambiental para as cidades é urgente! Interessa não só aos movimentos populares e comunidades vulneráveis, mas a toda a população das cidades que representam mais de 80% da população Brasileira. A todo instante observa-se a deflagração de conflitos sócio-ambientais no espaço urbano, obrigando cada vez mais o Estado a reconhecer sua herança de omissão histórica no tema e a enfrentar a discussão no horizonte da gestão democrática.
Tendo em vista essas diretrizes, o Fórum Nacional de Reforma Urbana se soma aos movimentos sociais do campo e da cidade na denúncia às mudanças propostas para o Código Florestal, firmando seu posicionamento crítico e reiterando os princípios do Direito à Cidade, da Função Social da Terra e da Propriedade Urbanas e da Gestão Democrática como nortes de um modelo de desenvolvimento urbano mais justo, igualitário e sustentável.
Brasil, maio de 2011

A União Nacional por Moradia Popular vai às ruas


União Nacional por Moradia Popular vai às ruas, neste 19 de maio de 2011, para reafirmar a luta pelo Direito à Moradia e à Cidade, na defesa da participação popular, da reforma urbana e da autogestão nas políticas públicas. Realizaremos 25 manifestações em 12 Estados brasileiros.
Não podemos assistir calados à tragédia urbana que se abate sobre nossas cidades, com milhões de famílias vivendo em áreas de risco, bairros sem infra-estrutura, ameaçadas de despejo e excluídas de nossas cidades. Defendemos a autogestão como um avanço de qualidade na produção habitacional e na organização das famílias. Queremos avançar para que o Brasil tenha uma política habitacional e urbana que inclua todos e todas. Veja em anexo as nossas propostas e reivindicações.
Contato: Secretaria Nacional da UNMP 11 3667-2309 – unmp@uol.com.br
Donizete Fernandes 11 7335-5894 / Evaniza Rodrigues 11 7358-1689 ou 61 9672-5240/ Sidnei Pita 11 6158-2604

A UNMP vai para as ruas nas seguintes cidades:

Em Goiania-GO, a concentração acontece a partir das 9 horas, em frente o Jóquei Clube (Centro da Cidade) e a marcha segue até a sede da Caixa (Avenida Anhanguera com Rua 11 no Centro).

Em São Paulo-SP, haverá acampamento em frente à Caixa da Praça da Sé. A concentração será às 9 horas nas escadarias da Catedral da Sé.

Em Belém-PA, haverá uma Marcha em Defesa da Moradia, com concentração na Avenida Padre Eutíquio – próximo ao Shopping Pátio Belém, a partir das 9 horas.

No Rio de Janeiro-RJ, haverá manifestação, a partir das 9 horas, em frente à Secretaria Estadual de Habitação e os manifestantes seguirão em passeata até Caixa. A mobilização na Caixa será no intuito de denunciar como é difícil construir moradia para famílias de baixa renda, enquanto as empreiteiras estão construindo inúmeros condomínios, com financiamento da Caixa. Desde 18 de fevereiro, a UMP RJ assinou contratos e até agora os recursos não foram disponibilizados. Também irão denunciar a falta de atendimento às famílias que perderam suas casas nas enchentes no último verão.

Em João Pessoa-PB, haverá Panfletagem das 13 às 17 horas, em frente à Caixa (Rua Miguel Couto, 221 – Centro) com o objetivo de reivindicara desburocratização dos projetos no setor habitacional.

Em Curitiba-PR, haverá passeata, a partir das 9 horas, saindo da Praça Santos Andrade. A reivindicação é a agilidade nas ações do Imóvel do INSS comprado pelo Presidente Lula, em Dezembro de  2009. Também vamos realizar concentração na CAIXA, cobrando ações efetivas, com relação aos encaminhamentos dos Projetos habitacionais.

Em Terezina-PI, a partir das 9 horas, será realizada uma passeata, saindo da Praça da Liberdade (Rua 24 de janeiro - Centro -Teresina –PI).  Desde o inicio de 2010 vários  projetos se encontram em análise na CEF e a cada momento, novas exigências aparecem para a sua aprovação. Alem disso, vários imóveis públicos indicados para habitação popular tem sido repassados para outras finalidades e interesses.

Em Recife-PE, a partir das 9 horas haverá uma manifestação pública no centro da cidade. Essa mobilização vai ocorrer com o intuito de pressionar a Caixa Econômica a finalizar a análise e fazer a contratação de projetos habitacionais.

Em Fortaleza-CE, o ato da União será realizado às 10h da manhã, na Praça da Bandeira, com caminhada até a Caixa. A UNMP CE também vai solicitar 2 audiências: com a prefeitura de Fortaleza e com o governo do Estado para discutir sobre o apoio ao Programa Minha casa Minha Vida Entidades.
Em Manaus-AM, haverá passeata com concentração a partir das 8 horas na Praça do Congresso.

Em Paço do Lumiar-MA haverá Ato público, que será realizado no Conjunto Maiobão, com concentração marcada às 8 h, em frente ao Farol da Educação, na Estrada de Ribamar, com uma parada na Secretaria de Infra-estrutura, na Caixa Econômica Federal, encerramento no Fórum de Paço do Lumiar.

Em Santos-SP, haverá manifestação na Caixa (Rua General Câmara, 15 – Centro).

Em Jundiaí-SP, haverá uma caminhada para entrega da carta da UNMP no Escritório de Negócios da Caixa, às 14 h. 

Em Campinas-SP, haverá panfletagem a partir das 14 h, no Terminal Central de Ônibus 

Em Sumaré-SP, haverá panfletagem na Av 7 de Setembro (esquina com o Banco Bradesco) a partir das 10 hs

Em Americana-SP, acontecerá um ato público na Câmara Municipal, com leitura do manifesto no pequeno expediente, às 19 h.


A UNMP exige do governo federal:

1.    Uma política habitacional e urbana que produza cidades includentes e sustentáveis, e que priorize a população de baixa renda e não descrimine os idosos, as mulheres, pessoas com deficiência, uniões homoafetivas.
2.    Aprovação da PEC da Moradia, garantindo recursos estáveis para o Fundo de Habitação
3.    Fortalecimento e Consolidação do Sistema Nacional de Habitação, com a centralização dos recursos da habitação no Fundo Nacional, com controle social e fortalecimento do Conselho das Cidades e Conselho Gestor.
4.    Apoio à produção habitacional autogestionária, com a destinação de recursos para a construção de 400 mil moradias em parceria com associações e cooperativas e a desburocratização do Programa Minha Casa Minha Vida Entidades. Transparência e apoio dos órgãos governamentais para a aprovação de projetos populares. Interlocução permanente com o Ministério das Cidades e Caixa. Edital de Habilitação permanente  para as entidades populares. Destinação de recursos para assistência técnica, capacitação e aquisição de terras para as entidades populares.
5.    Urbanização e Regularização das favelas e áreas ocupadas, com participação popular.
6.    logo_unmp_2cor_2_PQCriação de uma Política Fundiária para Habitação Popular, com a criação de banco de terras e o estímulo à produção de moradias populares em áreas urbanas bem localizadas e urbanizadas. Destinação de terras e edifícios ociosos da União e autarquias para Moradia Popular.
7.    7. Nenhuma família sem casa devido aos mega-projetos, Copa e Olimpíada. Imediata suspensão de remoções e reintegrações de posse, com a abertura de canais de participação e investimentos para mitigar os impactos sobre a população mais pobre.
8.     Um país rico é aquele que distribui a riqueza para todos e todas.