Horário: 18 maio 2011 de 18:00 a 19:00
Local: Vão do MASP
Organizado por: ANT
Descrição do evento:
21 de maio de 2011. Começa mais um Campeonato Brasileiro, o 41ª da história. Até aí nada de mais, é só futebol, não muda nada no nosso cotidiano, certo?
Nem tanto.
Em três anos, o Brasil sediará a Copa do Mundo de Futebol, aquela mesma da qual nos orgulhamos de ser pentacampeões, e desde que isso foi anunciado estamos festejando essa possibilidade. Em nome dela, tudo passou a ser permitido, de aumento de 200% no orçamento original para o evento - era de R$ 2 bi, passou para R$ 6 bi - à execução de obras sem licença ambiental, retirando famílias de suas casas e dividindo bairros em dois para a passagem de novas vias de trânsito.
Enfim, qual será o legado depois de hospedarmos essa Copa? O que ganharemos com ela? O que mudará?
Muitas perguntas, e até agora não tão animadoras respostas.
Em termos de futebol, o torcedor já sente a diferença: ingressos cada vez mais caros, acordos de transmissão com a Rede Globo feitos contrariando completamente as leis de concorrência e licitação, elitização dos torcedores - não há mais setores populares nos estádios - e uma gradual eliminação da cultura popular torcedora. Não tem mais cerveja (mesmo que estudos pelo mundo todo apontem que não é ela a culpada pela violência), nem bandeira, não pode mais fogos, nem papel picado, não tem mais barraca de comida na porta do estádio. Ao torcedor, se impõe cada vez mais uma prática exclusivamente de consumo, de shopping center: vá ao jogo - de carro, porque o transporte público deficiente em dias normais se torna impraticável em dias de jogo -, consuma apenas dentro do estádio e vá embora, de preferência sem fazer muita festa. Nos dias de semana, então, a coisa piora ainda mais: jogos às 22h, o que praticamente impossibilita a volta para casa de quem não possui automóvel particular.
Já está assim hoje. Como ficará em três anos?
A Copa do Mundo, afinal, será para quem?
Se hospedar o evento significa mutilar nossas cidades, esgotar os cofres públicos - contrariando a promessa de que não seria assim - e, no final, deixar a imensa maioria da população brasileira de fora dos estádios, vale mesmo a pena?
Nós, da Associação Nacional dos Torcedores, não temos só perguntas, também temos propostas. De uma outra Copa possível, de um futebol que respeite o torcedor e a população. O futebol é do povo, é patrimônio cultural brasileiro. Nada mais justo, então, do que o povo ser consultado quanto às suas vontades e anseios em relação ao esporte, e ter suas opiniões e vidas respeitadas na execução das obras para a Copa do Mundo.
Se você também acha que merecemos maior participação nisso tudo, junte-se a nós nessa luta por uma Copa que não seja excludente e por um futebol que não expulse os torcedores do estádio. Visite nosso site e participe de nossas campanhas. Vamos fazer da cidade um imenso caldeirão à nossa moda: popular e para todos, até que nos escutem.
Que boa reflexão trazes, Ana!
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