Lívia Francez
Foto capa: Arquivo SD
Os moradores do bairro Nova Esperança, formado a partir da ocupação de uma área no distrito de Barra do Riacho, no município de Aracruz, estão vivendo com o temor de terem de deixar a área, mesmo com as casas construídas. No local vivem 330 famílias, sendo 1,6 mil pessoas, dentre elas 550 crianças que estão alarmadas com a possibilidade de uma operação policial para desmantelar o movimento e ainda que seja utilizada violência no trato com as famílias.
O líder comunitário Valdinei Tavares, responsável pela ONG Amigos da Barra do Riacho, conta que a entidade teve informações de que estava sendo articulada por empresas privadas uma logística para desmobilizar os moradores de forma sorrateira e violenta. Ele diz que, para defender o interesse econômico, são usafod artifícios como este, em dptrjuízo de famílias que não têm moradia.
Na área, de 52 000 m², as famílias ergueram casas e realizaram, por conta própria, o levantamento topográfico. Dentre as mais de 300 famílias cadastradas pela ONG, algumas foram despejadas de outras casas por não conseguirem arcar com os alugueis, e outras entregaram os imóveis pelo mesmo motivo. Além da ONG, os assentados também contam com o apoio do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), do Sindicato Unificado da Orla Portuária (Suport-ES), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), dos comerciantes e moradores da Barra do Riacho.
O temor dos moradores é que as casas sejam “tratoradas”, como, inclusive, já sugeriu o secretário de Governo Robson Leite, no caso da ocupação da Portelinha, também em Aracruz. A ideia do secretário e ex-executivo da Aracruz (atual Fibria) foi demovida por meio da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Estadual (MPES), prevendo, entre outras determinações, que a prefeitura informe ao MPE, no prazo de 30 dias, zonas especiais de interesse social vazias, que comportem as famílias que ocupam a comunidade da Portelinha.
A falta de moradia é um problema crônico do município e a abertura de licitação de obras para casas populares não atende à demanda de famílias que necessitam de habitação. Somente em Aracruz existem no momento quatro ocupações nos distritos de Santa Cruz, Morobazinho, Vila do Riacho e Barra do Riacho.
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