sábado, 12 de fevereiro de 2011

Motu: mais de 24h morando na rua

Famílias que foram despejadas do Flat Atalaia estão morando na avenida e cobram uma posição do poder público
16/07/2010 - 11:35

A avenida está interditada

As mais de 200 famílias que foram despejadas do Flat Atalaia por meio de decisão judicial permanecem ocupando a avenida Mário Jorge, localizada no bairro Atalaia, uma das áreas mais nobres da capital sergipana. Uma situação que era ruim ficou ainda pior com a exposição de crianças ao frio, chuva, sol e falta de segurança do local.

Na manhã desta sexta-feira, 16, a equipe do Portal Infonet acompanhou o drama dos pais que alegam não ter para onde ir e estão preocupados com o risco de doenças e acidentes com os filhos no local. Para a dona de casa Maria Margareth que permanece morando na avenida com a filha Maria Clara de apenas 20 dias, a falta de assistência do poder público tem causado desespero entre as famílias.
Crianças correm risco no local

“Nós estamos aqui desde ontem [15] e ninguém faz nada pela gente, minha filha está toda mordida de formiga e muriçoca porque está dormindo no chão em um colchão fino”, lamenta.

Durante a manhã deste sexta, o secretário de Governo do município de Aracaju, Bosco Rolemberg, chegou ao local e disse que a proposta da prefeitura é fazer um cadastro para incluir as famílias em programas de habitação. Bosco também deixou claro que todos precisam sair da avenida para garantir o direito de ir e vir dos moradores daquela localidade.
O clima ficou tenso e as lideranças do Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (Motu) pediram que o poder público se sensibilize com a situação das famílias. “Entendo que o direito de ir e vir tem que ser garantido, 
Secretário viu a situação de perto
mas quem garante o direito dessas famílias de estar em um lugar seguro com seus filhos. Não podemos aceitar que cheguem aqui sem uma solução. Para onde essas mães vão com os filhos? Sabemos que essa é uma situação de risco para todos, mas as pessoas estão aqui porque precisam e não tem para onde ir”, conta a representante do Motu, Núbia Santana, que diz que o Ministério Público esteve visitando o local juntamente com o Conselho Tutelar e afirmaram que as crianças não podem ficar na rua.

Direitos da Criança
O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e 
Moradores pediram que o município apresente uma solução (Fotos:Portal Infonet)
do Adolescente, Robson Anselmo, alertou que é preciso que o poder público, Estado e Município encontrem uma solução viável para os moradores. “Convoquei a todos os conselhos tutelares que venham para cá, essa é uma situação muito difícil porque desobstruir a via não resolve o problema, é preciso que encontrem uma resolutividade para um problema imediato, porque desobstruindo a via essas pessoas vão para onde?”, questiona Robson Anselmo.

Secretário
O secretário Bosco Rolemberg explicou que a prefeitura não possui terreno e nem galpão para abrigar as famílias e afirmou que estava entrando em contato com o Governo para tentar uma solução.

Por Kátia Susanna

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