sábado, 12 de fevereiro de 2011

Antiga fábrica de manteiga da Calheta recuperada para moradia


Actualizado ontem, às 10:53

Lusa
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Foto: Arquivo

Tal como o DIÁRIO já tornou público, o projecto de recuperação da antiga fábrica de manteiga da Calheta serviu-se da luz e de uma nova estrutura interior, para "criar um volume suspenso" que delimita o antigo do novo, revelou, agora à Agência Lusa, o arquitecto Bruno Martins. Este trabalho é da autoria do gabinete MSB Aquitectos e está entre os 70 finalistas do prémio 'ArchDaily's Building of The Year', promovido pela página de Internet de arquitectura 'ArchDaily'.
A ideia do gabinete foi criar uma "distinção entre o momento antigo e o contemporâneo", explica Bruno Martins. A solução tem força "sobretudo na sala", explica, justificando que existiu a intenção deliberada de "criar essa sensação de um volume suspenso, de um volume que não toca na parte antiga da casa e que se encontra, ali, dramaticamente suspenso sobre a sala".
A luz foi outro dos elementos centrais na recuperação com a colocação de grandes janelas no telhado, que deixam escorrer a claridade pelas aberturas criadas pelo novo interior.
A solução do arquitecto foi criar "mangas de madeira que unem as janelas do antigo edifício àquelas do novo" e, nesse espaço, "é a própria luz a demarcar essa oposição entre o novo e o antigo", elucidou.
A antiga fábrica de manteiga, agora reconvertida em moradia familiar, tem dois corpos arquitectónicos independentes.
Um novo volume foi criado, com a mesma forma e dimensão do que o que anteriormente existia, agora totalmente coberto em madeira, no qual foi recuperado "aquilo que tem interesse", caso da "pele do edifício".
A antiga fábrica sofreu uma intervenção interior que a dotou de uma cozinha, uma ampla sala no piso térreo e três quartos no piso superior, todos eles com casa de banho. Foi adquirida por um inglês, John Armstrong, que se mostrou "muito satisfeito" com o trabalho desenvolvido pelo gabinete de arquitectura. "Nós não sabíamos ao certo se podíamos fazer alguma coisa com a fábrica de manteiga, não sabíamos se as paredes eram suficientemente fortes para fazer alguma coisa" mas "ao ser retirado todo o cimento branco, tornou-se lindo com o sol", declarou.
Quanto à possibilidade do projecto ser premiado pela ArchDaily, adiantou estar expectante que a iniciativa possa trazer "mais trabalho e mais clientes e de poder fazer o que mais gosta, arquitectura".

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