Terça-feira, 23rd Novembro, 2010
Dez mulheres feridas, sete homens feridos, uma senhora levada ao hospital pelo Samu, dois homens levados ao 5º DP sem motivação. Este é o saldo da violência de responsabilidade da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, que deixou famílias sem-teto acuadas com bombas de gás lacrimogênio, gás de pimenta e espancamentos com cassetete.
A tropa de Gilberto Kassab esperou a hora do temporal que caiu na capital paulista, na tarde desta segunda-feira, para retirar as famílias que ficaram acampadas na praça General Craveiro Lopes, em frente à Câmara Municipal, desde a manhã da quinta-feira (18), quando foram retiradas do prédio do INSS ocupado em 4 de outubro.
O Prefeito Gilberto Kassab jamais poderia fazer a reintegração sem ordem judicial. Havia uma decisão das famílias permaneceram no local até a negociação que estava agendada para quarta-feira com INSS e Ministério das cidades.
A Prefeitura está declarando que as famílias estão sendo atendidas. Isto não é verdade. Somente 217 tiveram a verba R$ 1.800,00 reais renovada para pagar 6 meses de aluguel de R$ 300,00 reais. Outras 139 famílias estarão no parceria social a partir do dia 29 deste mês de novembro. Cento e Oitenta e quatro ( 184) famílias, das 540 que estavam no prédio do INSSS, não têm nenhum atendimento nem promessa. A prefeitura alega que a verba de 2010 já acabou.
É necessário lembrar que a luta das famílias é justamente para uma solução definitiva. As verbas emergências além de nsuficientes para todas as famílias, representam solução pontual. Quando o benefício encerra as famílias voltam a situação anterior.
O Prédio do INSS abandonado há mais de vinte anos, já foi ocupado quatro vezes por famílias sem- teto e na última negociação foi homologado Termo de Compromisso entre os governos Federal, Estadual e municipal, para habitação de interesse social. O TC até o momento não saiu do papel. Prédio e Terreno do INSS, na Av. Nove de Julho, há mais de 20 anos abandonado comendo recursos da Previdência sem nenhuma utilidade para o Instituto. São 13 anos de luta dos sem-teto para que ali se construa 540 unidades habitacionais. Os trabalhadores pagaram e pagam o desperdício daquela propriedade, então ela pertence aos que mais precisam: os sem-teto.
É necessário e urgente que o poder público atenda a demanda por moradia, de milhares de famílias, para evitar que cenas como a de hoje se repitam. Na próxima quinta-feira, 25 de novembro, outra reintegração está marcada, desta vez das famílias que ocupam o prédio da Av. Ipiranga, onde se encontram 1200 pessoas sendo 373 crianças.
As famílias retiradas com violência da Praça, atravessaram a rua debaixo do temporal e vão dormir na porta da Câmara Municipal de São Paulo para aguardar a chegada dos vereadores. A Frente de Luta por Moradia foi informada que houve acordo entre Kassab e vereadores para que a retirada fosse feita hoje, sem que eles estivessem na Câmara. Também estamos enviando as denúncias para a Anistia Internacional.
São Paulo, 22 de novembro de 2010
FRENTE DE LUTA POR MORADIA
Informações; Carmen: 9680-7409
Coordenação Geral daFLM Osmar Borges: Tel: 8302-8197 ou 9516-0547
Nenhum comentário:
Postar um comentário