Secretário de Estado da Habitação veio à Diadema ontem para assinar termo de compromisso para solução de imbróglio
Derla Cardoso
Agência BOM DIA
O problema habitacional das 1.050 famílias que ocupam irregularmente áreas ao lado da Rodovia dos Imigrantes, em Diadema, está mais próximo de ser solucionado.
O secretário de Estado da Habitação, Silvio Torres, esteve na cidade quinta para assinar um protocolo de intenções no qual o Governo se compromete a resolver de maneira definitiva a situação. A faixa ocupada há cerca de 30 anos é de domínio da concessionária Ecovias e é considerada perigosa devido a proximidade com a pista.
O termo assinado garante que a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) invista cerca de R$ 50 milhões na construção de 540 moradias em outros locais da cidade. “Metade das famílias serão retiradas dos locais que oferecem maiores riscos e se mudarão para as unidades que serão construídas. O lugar também receberá investimentos para reurbanização. Queremos entregar todas as obras em dois anos. A minha presença hoje como representante do governador significa que vamos cumprir este acordo”, afirmou.
Segundo Torres, as unidades terão dois dormitórios, dois quartos, piso e azulejo na cozinha e banheiro, e aquecimento solar.
De acordo com o secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano do município, Márcio Luiz Vale, a cidade indicou quatro terrenos para avaliação dos técnicos da CDHU. “Um fica na região leste da companhia, outro na norte e mais dois nas bordas da Imigrantes. Após a definição do local, o governo fará o projeto das unidades e nós nos responsabilizaremos pelo projeto de reurbanização.”
Segundo Vale, os recursos para fazer a reurbanização serão buscados no governo federal.
O secretário municipal também explicou que as famílias que serão removidas receberão dinheiro de aluguel social até a entrega das unidades. “O valor vai girar entre R$ 300 e R$ 350 por mês. Esse valor será pago metade pela prefeitura e a outra parte pelo governo do estado.”
O prefeito de Diadema, Mário Reali, disse que é a primeira vez que o governo estadual se mostra com uma postura diferente e parceira. “O secretário esteve aqui em janeiro e se comprometeu a buscar uma solução ou uma alternativa para esse que é o maior problema habitacional que temos na cidade e risco rodoviário. Fico muito feliz com esse resultado”, elogiou.
Boa notícia/ A auxiliar de limpeza Carmem Ferreira Sampaio, de 55 anos, mora na área há 10 anos e disse que gostou da novidade porque com sorte poderá ser contemplada com um dos apartamentos. “Moro só com o meu marido que trabalha como ajudante de pedreiro. Será maravilhoso se isso acontecer, pois não temos segurança nenhuma onde moramos. Outro dia por pouco um caminhão de soja não bateu em umas das casas aqui”, contou.
Para Maria José de Lima, de 57 anos, a novidade também é boa porque a casa onde mora é feita de madeira e as condições da ocupação impedem que ela faça qualquer mudança no imóvel.
“Aqui não temos sossego. Outro dia um ladrão veio correndo e pulou a janela do meu quarto para se esconder da polícia. Eu uso a passarela, mas já morreu criança atropelada na pista. Tenho que atravessar para o outro lado da via para ir até a padaria ou ao mercado”, conta.
Ministra entrega 224 apartamentos
A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, esteve quinta em São Bernardo para participar da entrega de 224 apartamentos da segunda etapa do Conjunto Três Marias, no Bairro Cooperativa. Também participaram da cerimônia o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda e o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho.
As moradias são destinadas ao reassentamento de famílias que vivem em áreas de risco e de proteção ambiental de quatro assentamentos. Os moradores que serão contemplados estão nos bairros Sítio Bom Jesus, Alvarenga Peixoto, Divinéia I e II, Pantanal I e II e Jardim Ipê.
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