terça-feira, 4 de outubro de 2011

Movimento por moradia protesta em frente à prefeitura da Capital


Grupo de sem-teto invadiu dois prédios no Centro de Porto Alegre hoje

Movimento fez caminhada pelo Centro. Clique aqui e veja mais fotos
Crédito: Vinícius Roratto
Após uma caminhada pelo Centro de Porto Alegre, quase cem militantes do Movimento Nacional da Luta pela Moradia (MNLM) se concentraram em frente ao prédio da prefeitura da Capital, nesta segunda-feira. A passeata chegou a bloquear as três pistas da avenida Siqueira Campos.

grupo invadiu, nesta segunda-feira, dois prédios na área central de Porto Alegre. Um dos edifícios, localizado na esquina da rua Caldas Junior com a avenida Mauá, foi alvo, anteriormente, de outras duas invasões. Em 2005, os sem-teto permaneceram por dois dias no local e, no ano seguinte, 36 famílias ocuparam o imóvel por quatro meses. O prédio é o mesmo usado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) que cavou um túnel para tentar assaltar as agências do Banrisul e da Caixa Econômica Federal (CEF) em 2006.

O outro imóvel invadido fica na rua Barros Cassal, próximo à avenida Farrapos, e pertence à extinta Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA). A ação é um protesto pela não garantia de reassentamento das famílias, das quais 20 vivem em área próxima ao Estádio Beira-Rio que deverá ser desocupada até dezembro devido às obras da Copa do Mundo de 2014. Um dos líderes do MNLM no Estado, Beto Aguiar, reclamou da lentidão na liberação do prédio localizado na rua Barros Cassal, que servirá de moradia para 42 famílias. “Há quatro anos ouvimos promessas. Até agora nada foi viabilizado. Por que o financiamento de habitações para população de baixa renda demora tanto enquanto para outras classes sociais as obras saem com grande rapidez?”, questionou.

As ocupações são vinculadas à Marcha Estadual da Reforma Urbana. Documentos com reivindicações dos movimentos foram entregues à prefeitura, ao governo do Estado e CEF. “Por intermédio das ocupações estamos denunciando a especulação imobiliária e pressionando o poder público a implementar o IPTU Progressivo. Também reivindicam a desapropriação dos dois imóveis e a construção de habitações populares”, salientou.

Há mais de três anos tramita na prefeitura um processo para reforma de um prédio cedido pelo governo federal para a Confederação Nacional das Associações de Moradores e MNLM. O diretor-geral do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), Humberto Goulart, disse que em sete meses as famílias por intermédio do programa Minha Casa, Minha Vida. “A ocupação é desnecessária. As famílias próximas ao Beira-Rio são obrigadas a deixar o local. Atitudes de invasão apenas complicam as negociações. Há quatro meses o prédio da Barros Cassal foi garantido para eles, através do Orçamento Participativo”, frisou Goulart.

O MNLM estima que o déficit habitacional no Rio Grande do Sul chegue a 550 mil famílias. Outras 230 mil não dispõem de esgotamento sanitário e 150 mil de água potável. O Demhab informa que em Porto Alegre existem 70 mil famílias sem moradia. Outras 35 mil moram de forma irregular na cidade.

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