terça-feira, 4 de outubro de 2011

Movimento Nacional de Luta pela Moradia ocupa prédios no Centro da Capital


Grupo reivindica assentamento de famílias despejadas em 2007

Um grupo de 60 militantes do Movimento Nacional da Luta pela Moradia (MNLM) ocupa, na manhã desta segunda-feira, pelo menos dois prédios no Centro de Porto Alegre. Um edifício fica na esquina da rua Caldas Junior com a Avenida Mauá, enquanto o outro está localizado na rua Barros Cassal, em frente à Igreja Pompeia. De acordo com representantes do movimento, a ocupação é por tempo indeterminado. Essa é a terceira vez que o imóvel é ocupado pelo MNLM. Na última ocupação, realizada no dia 20 de novembro de 2006, 36 famílias ficaram no local por quatro meses, período utilizado para desenvolver atividades de geração de renda, formação e culturais.

Desde que as famílias da ocupação 20 de Novembro foram despejadas, no dia 27 de março de 2007, o prédio continua fechado e sem cumprir nenhuma função social. A ocupação de hoje é um protesto pela não garantia de reassentamento das famílias da ocupação de novembro, passados mais de quatro anos do despejo forçado, no dia 23 de março de 2007.

As famílias foram reassentadas, provisoriamente, pela prefeitura ao lado do estádio Beira-Rio, em área que será utilizada pelas obras de ampliação do estadio do Inter. Segundo os represenantes, a manifestação tem o objetivo de lembrar à sociedade porto-alegrense da ameaça de novo despejo e cobrar uma solução da prefeitura.

De acordo com as lideranças do MNLM, há mais de três anos tramita, no município, processo para reforma de um prédio cedido pelo Governo Federal para a Confederação Nacional das Associações de Moradores e para o Movimento Nacional de Luta pela Moradia. Até o momento, a prefeitura não aprovou o projeto de reforma.

Invasão causa espanto ao Demhab

O diretor-geral do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), Humberto Goulart, disse que recebeu com o espanto a notícia da ocupação e explicou que já negocia com o MNLM o reassentamento de famílias em um prédio cedido pela União. "Há cerca de quatro meses, garantimos a eles que eles iriam ficar com um prédio que fica na rua Barros Cassal. Já prometemos a eles, através do Orçamento Participativo, um determinado número de apartamentos apesar dessas iniciativas que eles promovem", explicou.

Na avaliação de Goulart, não há necessidade para a ocupação. "Com as obras para a Copa do Mundo de 2014, nós seremos obrigados a reassentá-los porque eles não poderão ficar próximos ao estádio do Inter. Graças ao programa Minha Casa, Minha Vida poderemos fazer isso dentro de sete meses", acrescentou.

O dirigente do Demhab lamentou a dificuldade em negociar com os representantes do MNLM. "Eles têm um lema muito estranho: 'Vamos conseguir casa nem que seja na marra'. Fica complicado realizar negociações com pessoas que tomam atitudes dessa natureza. O que vai acontecer é que teremos que retirá-los com a ajuda das Secretarias Municipal de Obras e Viação (Smov) e do Meio Ambiente (Smam). Poderemos requisitar o auxílio da Brigada Militar, se for necessário", disse.

Fonte: Luciano Nagel / Rádio Guaíba

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