Segundo manifestantes, despejados estão sendo prejudicados; eles pedem mais participação do Governo Federal
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) de nove estados invadiram nesta quarta-feira (24) o Ministério do Esporte, em Brasília. Eles protestam contra a forma como estão sendo realizadas as desapropriações para obras da Copa do Mundo de 2014.
Segundo um dos organizadores do protesto e coordenador do MTST, Guilherme Boulos, os despejos nas cidades-sede do Mundial estão prejudicando as pessoas cujas casas foram desapropriadas. A situação seria mais grave em Curitiba, Porto Alegre, São Paulo, Fortaleza e no Rio de Janeiro, que também receberá a Olimpíada de 2016.
- O que tem ocorrido é: uma família é despejada de uma região com infraestrutura. O governo dá uma casa, mas dá uma casa trinta quilômetros distante, onde não tem asfalto, não tem energia elétrica, não tem escola, não têm ônibus. Nós viemos aqui denunciar esse processo.
Houve confronto entre manifestantes e a Polícia Militar na entrada forçada do ministério, que acabou com uma vidraça e uma mesa quebradas. Uma senhora que participava do movimento também ficou ferida, mas sem gravidade. Após a reunião de uma comissão de manifestantes com o ministro, o grupo abandonou o prédio.
Em nota, o Ministério do Esporte informou que foi discutida com o grupo a criação de uma comissão interministerial para tratar do tema, com a participação e discussão com os movimentos sociais envolvidos. Entre as pastas que participariam das discussões estão Justiça, Cidades, Direitos Humanos, Secretaria-Geral da Presidência da República, além do Esporte.
- Vou sugerir a criação de um grupo para dialogar com os movimentos e fazer um mapa das intervenções levantadas aqui, analisar os fatos e ver a posição dos municípios para definir o que poder ser feito - disse o ministro.
Para Boulos, a iniciativa é um princípio positivo, mas não impede que novos protestos ocorram.
- Houve um bom primeiro passo. Agora, isso precisa ter efetividade. Houve um compromisso, que para nós é satisfatório, mas o que temos que garantir agora é que esse compromisso tenha prosseguimento nas próximas reuniões e que o governo tenha uma atitude ativa. Se não houver isso, vai haver novas manifestações aqui e nas cidades-sede.
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