domingo, 12 de dezembro de 2010

Em São Paulo, moradores da favela Real Parque protestam por moradia

Moradores de favela paulista enfrentam a polícia em combativos protestos

Nota de Patrick Granja, publicada no BLOG do jornal A Nova Democracia

No dia 24 último, um incêndio na favela Real Parque, na zona Sul de São Paulo, destruiu 320 moradias e deixou cerca de 800 pessoas desabrigadas. Na tarde de ontem, moradores da favela Real Parque reuniram-se com representantes da Secretaria Municipal de Habitação e exigiram a realocação das famílias desabrigadas em unidades habitacionais que estão sendo construídas na região.

Diante da indiferença da Sehab ao longo de horas de discussão, moradores se revoltaram e bloquearam a Avenida Marginal Pinheiros nos dois sentidos. Os manifestantes ergueram barricadas com pneus e entulho e enfrentaram a tropa de choque da PM de Alberto Goldman — que era vice de José Serra, atual candidato à gerência do velho Estado. Durante mais de uma hora de confronto, a polícia atirou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os moradores, que responderam com pedras e coquetéis molotov.

Não é a primeira vez que os arbítrios dos gerenciamentos de turno em São Paulo revoltam as cerca de 1,2 mil pessoas que vivem na favela Real Parque. Em dezembro de 2007, policiais da Força Tática da PM foram à favela para cumprir um mandado de reintegração de posse. Na ocasião, centenas de famílias foram expulsas de suas casas, mas muitas pessoas resistiram à ação. A polícia, então, atirou bombas e balas de borracha contra os moradores ferindo mulheres, crianças e idosos. À época, o caso foi denunciado pelo advogado Danilo Chammas, da Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos.



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